sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Suábio-húngaros , os novos agentes da diáspora desde Jaraguá a Jaraguá do Sul

Considerando o processo de imigração suábia-húngara parte integrante da história de Jaraguá do Sul (SC), ainda hoje, há diversas lacunas necessitando contextualização histórica, para compreender as redes de relações que este grupo étnico teceu ao longo de sua marcante trajetória.
Apesar deste grupo étnico ter conquistado estabilidade econônica (posse da terra), social (integração) e cultural (religiosidade), mesmo assim constituiram o primeiro fenômeno da diáspora, em tempos modernos em território jaraguaense. E, este fenômeno ganhou mais intensidade durante a Segunda Guerra Mundial, em virtude da violenta persiguição à população provenientes do movimento político do pangermanismo no Brasil, pelos agentes opressores da Era Vargas. Isso provocou a migração de parte população suábia-húngara com destino à região do Meio Oeste do Paraná, local onde encontraram terras fertéis e próprias para o plantio de trigo, milho e soja.
O período da Segunda Guerra Mundial provocou profundas rupturas na vida social e cultural, em meio a população pangermânica, de origem suábia-húngara. Essa população na antiga Colônia Jaraguá reencontrou razões próprias para difundir os seus valores, como a Língua Estrangeira Alemã.
No Brasil, a nova Pátria remeteu os suábio-húngaros ao passado igual aos tempos da velha Hungria (Império Austro-Húngaro), quando essa etnia partiu do Sul da Prussia (atual Alemanha), com destino àquele território, que os acolheu, com a garantia da convivência pacífica.
Aproximadamente, 150 anos a 250 anos, os suábio-húngaros viveram harmonicamente, entre a minioria magyar. Essa redução demográfica ocasionada por longos século de conflitos e guerra, reduziu essa população nativa, originando vazios demográficos. As guerras e conflitos, também ocasionaram o fenômeno da carnificina, provocado pelas duas autoridades de governo, Império Turco-Otamano e Império Áustro-húngaro (Província da Hungria), desde o Século XV, que não encontrava na diplomacia um viês, para reduzir a violência e a diáspora.
A Província da Hungria de longa data, foi o local onde os suábio-húngaros reproduziram valores, como a difusão do trabalho coletivo e suas tradições e manifestações folclóricas. No entanto, a grande maioria dos suábio-húngaros viviam em condições de indigência e extrema pobreza. Para ilustrar essa passagem, o historiador Emílio da Silva, ouviu e anotou, a partir dos pioneiros da imigração suábia-húngara, diversos relatos, que revelam traços da vida social, naquela nação do Leste europeu. Segundo Emílio da Silva, no inverno rigoroso, a lenha para consumo e queima, em lareiras era privilégio da elite rural, ou seja, dos latifundiários. Os camponeses, que trabalhavam coletivamente a terra, se serviam somente de gravetos coletados em meio a floresta na estação de verão. Também recolhiam das pastagens as fezes secas do animais, as quais era queimadas, gerando calefação precária, nas casas campestres, cujo inverno sempre era e ainda é rigoroso, no Leste europeu.
Em meio a tanta pobreza, novas perspectivas de vida surgiram quando Dom Pedro II, em 1870 visitou oficialmente à Europa. No Continente europeu, o Imperador do Brasil, também foi a Província Húngara, pois esta havia se integrado, defitivamente, ao regime dualista,pois o Imperador Francisco José foi coroado Rei da Hungria, em 1867, em Budapest, ampliando a dependência com antigo Império alemão. Outro aspecto a denotar da visita da autoridade monárquica do Brasil, foi o acordo celebrado entre as duas autoridades de Governo, o Rei Francisco José e Dom Pedro II.
A elaboração desse documento estabeleceu um protocolo de autorização de emigração da população nativa (magyar) e suábia-húngara, para o Brasil. Porém, o grupo étnico ligado ao pangermanismo (suábio-húngaros) foi o mais expressivo e, em maior quantidade deixaram a Província da Hungria, em 1891, rumo à Colônia do Jaraguá.
Na do Colônia do Jaraguá, os suábio-hungaros auxiliaram no processo de embranquecimento da população, juntando-se aos outros povos do movimento do pangermanismo (alemães e pomeranos).
Nesta perspectiva, conquistaram gradativamente, a cidadania à medida que tiveram acesso e posse à terra. Fazia parte da política agrária do Império do Brasil (região Sul), entregar ao estrangeiro a pequena propriedade rural, a qual tinha regras próprias, para difundir o minifúndio, uma nova prática social ligado à posse da terra, que teve uma série de dificuldades para ser concebida na forma de justiça social.
Os suábio-húngaros conviveram com diversas crises ligadas as intempéres, mas sempre abertos e, em busca de novas oportunidades. Assim, desde que chegaram à Colônia do Jaraguá trataram de migrar internamente, inicialmente, à Schröderstrasse (Município de Schroeder/SC) e Hansa ( Município de Corupá/SC), originando um novo fenômeno local, concebido de microdiáspora.
Na região do Vale do Itapocu, o fenômeno da microdiáspora estava inicialmente fundamentado na nova união conjugal. Embora, muito raro, pois, muitos familias, não aceitavam agregar ao meio familiar pessoas de outros ciclos de amizades, mesmo sendo de origem européia. Por isso, o surgimento de práticas primitivas, difundidas nas antigas civilizações da Europa, como a da endogamia, onde o matrimônio era realizado entre parentes do mesmo grupo sanguineo. Esse modo social de organizar e reproduzir a vida no grupo social, longe da Hungria era uma forma de ter o controle da posse da terra e todas as benfeitorias (casa, ranchos e animais domésticos, plantações,etc),
O estranho, ao grupo social, sempre representava a ameça da perda da propriedade privada. O suábio-húngaro considerva a terra e a religião elementos de unidade, cuja conquista era fruto de trabalho árduo e muita fé. Essa fé religiosa se reproduzia, a partir do contato nos pontos de sociabilidades (capelas), onde os santos padroeiros como, São Pedro, Santo Estevão e Santíssima Trindade, eram venerados e a eles confiados a crença e a fé.
No entanto, o clima da Segunda Guerra Mundial mudou o pensamento do grupo étnico dos suábio-húngaros. Com a constante vigília dos Inspetores de Quarteirão (olhos e ouvidos de Getúlio), um braço do movimento organizado dos agentes repressores de Estado, na Era Vargas. Assim, nesse contexto repressivo, a população suábia-húngara sentiu o fim dos dias de paz e harmonia conquistado, longe do antigo Império Austro-Húngaro. Portanto, foi esse momento de maior conflito, que forçou a diáspora deste grupo étnico rumo ao Estado do Paraná.
Posteriormente, os anos 50 revelavam o índicio de um novo ciclo econômico, no Município de Jaraguá do Sul, o da industrialização ligados à industria de bebidas, alimentos, móveis, têxteis, dentre outros.E  foi nesta década, que muitos dos suábio-húngaros, a nova geração que não havia participado do movimento da diáspora seguiram novos caminhos. Muitos destes ao contrairem matrimônio, não ficaram na propriedade dos pais, que já fora dos avôs imigrantes. Seguiram para o entorno do centro urbano da cidade de Jaraguá do Sul, engrossando o exército de operários tão necessários à pequena indústria. Porém, não havia oferta de emprego para todos. Assim, muitos dos trabalhadores braçais descobriram, que o trabalho fabril ligado ao setor metalmecânico de Joinville (SC) estavam os postos de trabalho, cuja oferta era mais convidativa, atrativa e lucrativa, principalmente, da empresa Tupy. E a estrada de ferro era a opção viável para dirigir-se àquela cidade. Aos domingos, no entardecer, o trabalhador suábio-húngaro, apesar de número reduzido, deixava Jaraguá do Sul com destino à indústria joinvillense, permanecendo toda semana distante da família e morando em uma pensão, muitas vezes precária, localizada próxima a empresa, local de trabalho.
Assim, o trabalho fabril provocou mudanças no paradigma do meio social e familiar, incorporando novos valores e padrões de vida, mudando a função social, inclusive da família. Antigamente, a família era numerosa, para trabalhar na roça. Com o advento da industrialização, a família reduz o número de filhos e passa preocupar-se com a educação e instrução. Sendo a escola, o espaço de socialização dos conhecimentos científicos e eruditos.
Porém, a escola pública brasileira, ao longo de sua trajetória foi e continua desprovida de recursos humanos e meios eficazes de aprendizagem. Pois, a aussência de profissionais qualificados para a função de professor, marcou o passado e a atual escola pública. Outro aspecto a destacar, que a escola pública ou particular, na época, ela  priviligiava os cursos do Primário, Complementar, Ginásio e Supletivo. Isso não gerava  justiça social, fator de mudança de mentalidade na população, de modo especial, os suábio-húngaros.
Para crescer e evoluir, o jovem suábio-húngaro tinha nova perspectiva, quando era convocado para o Serviço Militar Obrigatório. Os jovens desta etnia, desde o fim da Segunda Guerra Mundial eram convocados para servir no Exército Brasileiro, na Capital do Rio de Janeiro, Curitiba e Joinville. O motivo da seleção dos jovens rapazes era associado às condições diversas, como a necessidade de reforçar a identidade nacional. Porém, os rapazes selecionados para servir no Rio de Janeiro era pelo perfil social e cultural, pesava a robustez e a boa educação, marca do povo suábio-húngaro.
Nos locais do Serviço Militar Obrigatório, o jovem suábio-húngaro passou a ter uma nova visão de homem, mundo, sociedade e cultura. Pois, distante da família e sozinho, esse jovem iniciou a exploração de locais de espaços de sociabilidades. E, nos centros urbanos, os campos de futebol eram os locais para aprender a prática esportiva e social do futebol. Quem serviu no Rio de Janeiro, posteriormente, ao Serviço Militar se tornou ferrenho torcedor da equipe de futebol, como do Vasco, Flamengo, Fluminense ou Botafogo.
Após Serviço Militar, e de volta a Jaraguá do Sul, o futebol mudava a rotina de vida dos jovens, pois muitos se tornaram atletas amadores, jogando nos arredores da área urbana nos finais de semana, depois de cumprirem uma semana de trabalho na empresa. E por conta do futebol se ampliava a vida social, também ligados aos campos, salões de bailes e soirêss. Nesses locais nasciam novas redes de relações sociais, que culminavam com o enlace matrimônial, trazendo para o ciclo da família, outra pessoa da mesma ou de diferente etnia, como italiana, alemã, pomerana e outra.
Na Estrada Garibaldi nos idos de 1955 foi fundado o Garibaldi Futebol Clube, que tinha inicialmente a função esportiva do futebol amador. O Botafogo Futebol Clube da Barra do Rio Cerro (1949), o qual se projetou no futebol, a partir de 1952, quando uma da sua equipe ganhou o primeiro título da Segunda Divisão, da Liga Jaraguaense de Desporto.
Nos 60, no Jaraguá 99 foi oranizado num pasto de gado leiteiro, o time de futebol do Ouro Verde. E, nesse espaço de sociabilidades esportivas havia a presença de jogadores de origem remanscente, da etnia suábia-húngara.
No entanto, o clube que mais revelou “estrelas” do futebol suábio-húngaro foi o time do Botafogo, tanto nas equipes aspirante e titular, quase todos ligados a mesma familia, a Papp. Destaques para os jogadores Álvaro, Celso, Felipe, Paulo, Bartolomeu, José Olívio e Mario. Outro expoente neste mesmo clube pebolístico foi o Atleta Waldemar Kaiser.
Em outras funções ligadas à Liga Jaraguaense de Desporto, os suábio-húngaros atuavam como árbitro de futebol Jorge Ersching (1959), Guido Fischer (1964), Renato Ruysan (1970), bem como de porteiro, o senhores Oswaldo Leithold e Paulo Papp.
A Sociedade Atiradores Jaraguá funda em 1906, posteriormente, após a Segunda Guerra Mundial (1947) foi incorporada ao Clube Atlético Baependi, também se tornou outro ponto de sociabilidade, onde onde os suábio-húngaros atuaram na difusão do associativismo esportivo (tiro, bolão e futebol), na forma de lazer social e cultural.Além disso, outro foram destaques, na qualidade de dirigentes, colaboradores ou atletas, cuja lista é assim constituída: Geza Fischer, Francisco Fischer, Guido Fischer, Alfredo Leithold, Lourenço Ersching, Fidelis Wolf, Carlos Antonio Salai, Humberto Wolf, Wilson Watzko, Antonio Ruysan, Mathias Ruysan, Rudolfo Ruysan dentre outros. Já o irmãos Bruno e Elizado Leuprecht, também deram sua contribuição ao esporte amador de Jaraguá do Sul. O primeiro foi árbitro atuante pela Liga Jaraguenese de Futebol e o segundo foi jogador de futebol destaque do Grêmio Esportivo Juventus e Baependi. Sendo os anos 60 fez parte do movimento esportivo que iniciou o futsal de Jaraguá do Sul.
O futebol como elemento altamente integrador, também contribuiu para novas rupturas. Considerando esse indicador, vale destacar que nos anos 60, a economia de Jaraguá do Sul tomou vocação pela industrialização. Essa mudança de ótica na economia gerou novas perspectivas e a necessidade de mudanças de paradigmas na rede de relação econômica, social e cultural, deste cidadão, que foi um dos primeiros colono-operário de Jaraguá do Sul, o suábio-hungaro.
A industrialização abriu novos horizontes e facilidades para a população remanescente de suábio-húngaros, que não precisavam mais ir a Joinville, pois, o ciclo da industrialização já era uma nova realidade, em Jaraguá do Sul (SC).
A industrilização forçou a melhoria do ensino e muitas escolas públicas ligadas à Rede Estadual (Reunidas, Grupo Escolar) reforçaram as necessidades emergentes dos empresários, que necessitavam de mão de obra com aptidões para o trabalho e estudo. O suábio-húngaro correspondeu com determinação e começou a melhor lenta e gradualmente, a formação escolar para conquistar postos de trabalho melhor remunerado, como escritório e chefia de sessões de trabalho fabril, nas diversas áreas da indústria, comércio e rede bancária.
No interior, na região da Estrada Garibaldi e das estradas vicinais, onde residia a população remanescente de suábio-húngaros, a família sentiu as mudanças dos novos tempos, pois os filhos e filhas ao completar a idade entre 15 e 16 anos, almejava ir trabalhar na indústria ou também no comércio. Na época, esse ramos da economia passou a ofertar linhas variadas de produtos modernos de consumo ligados à móveis, eletrodomésticos, comunicação (televisão) e radiodifusão.
Considerando esse avanço nos padrões de comportamento e no evoluir do suábio-húngaro, em meio a essa nova conjuntura, é importante salientar, que esse grupo social se abriu a novas tendências, visando ajustar-se social e culturalmente.
Com isso, alterou-se a base dos costumes e das tradições, que tornaram os suábio-húngaros mais dinâmicos. E, para sobreviver aos novos tempos, convivendo lado a lado, com os alemães e pomeranos, a germanização desse grupo social se ampliou, criando vínculos culturais aceitos pela sociedade atual, de Jaraguá do Sul.
Em meio a essas transformações, o mosaico étnico catarinense ganhou mais um elemento de distinção social e cultural, o povo suábio-húngaro, do Leste europeu, que chegou no final do século XIX, ao solo jaraguaense, sob benção do mais notável herói nacional da Hungria, Santo Estevão.

Ademir Pfiffer – Historiador

Jaraguá do Sul, 02/12/2010.

Suábio-húngaros, do Leste europeu chegaram à Colônia do Jaraguá (SC)


As quatro comunidades católicas aqui citadas caracterizam o patrimônio e o legado cultural do catolicismo europeu em solo brasileiro e as edificações são testemunhos materiais da ou crença dos suábio-húngaros que colonizaram aquela região.
Atualmente as quatro edificações das igrejas católica, se constituem um marco histórico, servindo de referências cultural àquelas localidades as quais estão situadas. Cabe ressaltar que na região também foram formadas comunidades luteranas com suas respectivas igrejas, a partir de 1902 pelo Pastor Ferdinand Schlünzen, e que além dos alemães eram freqüentadas por suábio-húngaros.
A participação dos suábio-húngaros em meio ao movimento do protestantismo deve-se à ampliação das redes de relações interpessoais e familiares, fruto de matrimônios, que surgiram com o passar dos tempos, em contatos, em ambientes de sociabilidades, como salões de bailes, soirêes, festas escolares de caráter folclórico e outras.
Até o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), as famílias suábia-húngaras seguiam rigorosamente os padrões morais e religiosos ligados à família. Porém, eles estavam ladeados por inúmeras famílias e cidadãos de origem germânica (alemães e pomeranos), com os quais diariamente conviviam, harmônicamente. Esses dois grupos étnicos também tinham suas próprias tradições e costumes europeus, pois reproduziam os valores da cultura teuto-brasileira. Como falar a Língua Estrangeira Alemã e Pomerana, bem como dialetos, que na Velha Europa era de conhecimento e prática dos antepassados dos suábio-húngaros. Ademais, tinham muito comportamento social semelhante aos dos suábios-húngaros, como de trabalhadores braçais dedicados aos afazeres rurais (roça, pecuária); discretos no modo de viver, agir e representar suas emoções e seu mundo interior;
O contexto da Segunda Segunda Guerra Mundial mudou o comportamento e a vida social e cultural, de todos os descendentes de europeus, que tinha origem étnica no território dos paises do Eixo (Itália, Alemanha e Áustria).
Para as autoridades da Era Vargas, a população com origem nos paises do Eixo eram suspeitos o seu modo de viver que organizaram e expressavam o seu legado cultural em solo brasileiro. E, em virtude desse clima tenso e vigilância exacerbada pelo aparelho de estado repressor, muitas famílias buscaram na migração, um refúgio ou caminho para sobreviver as adversidades de ordem ideológica e na conquista de dias melhores.
Os suábio-húngaros partiram nos anos posteriores à Grande Guerra, rumo ao Estado do Paraná (região Meio Oeste), acreditando que estando longe dos centros urbanos, em meio à floresta ou mata ficariam livres de persiguições de caráter ideológicas. Pois é importante salientar, que final do século XIX, quando os seus antepassados chegaram à Colônia do Jaraguá encontraram refúgio e paz. Esse ambiente propíciou o crescimento e desenvolvimento dessa etnia, a qual acumulou riqueza material, como propriedade rural e as benfeitorias anexas, como casa, ranchos, meios de transporte entre outras conquistas.
Por conta de incertezas diversas e persiguições, da região da Estrada Garibaldi, partiu um número expressivo de magyares, principalmente de suábio -húngaros em direção ao Oeste do Estado do Paraná, para instalar uma colônia de agricultores mais precisamente em Medianeira, visando dedicar-se às culturas dos grãos, milho, soja e trigo.
Vale ressaltar que anteriormente a esse movimento de êxodo rural ao Estado do Paraná, já havia ocorrido um pequeno movimento no próprio Vale Itapocu, no começo do século XX, quando algumas famílias partiram em direção às colônias de Hansa (Corupá/SC) e Schröderstrasse (Schroeder/SC). Esse movimento permitiu queo o grupo que partiu pudesse em seu novo habitat constituir novas famílias, a partir do matrimônio.
Em Hansa e Schröderstrasse, os suábio-húngaros preferencialmente, no primeiro momento constituíram matrimônio com as famílias de origem germânica (alemã e pomerana) e ligadas à Igreja Católica. As famílias alemã de Hansa vieram diretamente da Alemanha, com destino ao Porto de São Francisco do Sul (1897). Assim constituiam um movimento imigratório que daria o inicio do desenvolvimento daquela colônia. Já os alemães de de Schröderstrasse, se constituíam colonizadores do antigo Domínio de Dona Francisca (1851) e da Colônia das Itoupava Rega e Central, atual Município de Blumenau (SC).
Portanto, esse foi o primeiro movimento de êxodo dos suábio-húngaros, no próprio Vale do Rio Itapocu, o que permitiu a miseginação e o enriquecimento cultural desse grupo étnico com outros grupos sociais. Porém, o processo de miseginação estava restrito aos descendentes de europeus. Assim, não se distanciava da cultura do embraquecimento, tão difundida entre as colônias de teuto-brasileiros e suábia-húngaras.


Ademir Pfiffer – Historiador

Jaraguá do Sul, 23/11/2010.